Quando se fala em como começar um negócio, precisamos antes distinguir entre os aspectos burocráticos – como obter um CNPJ, registrar a empresa na junta comercial – regime tributário – como simples, presumido, real etc. – e questões relacionados ao negócio propriamente dito.

É neste último que reside a arte. Em todos os outros, não há muitas alternativas para fazer a coisa do jeito certo.  E para orientar o empreendedor, há amplo arcabouço legislativo, e uma miríade de advogados ou escritórios de advocacia, contadores ou escritórios de contabilidade à disposição. 

Já quando se fala nos aspectos relacionados ao negócio, apesar de haver vasta literatura sobre estratégia, marketing, modelos de negócio, modelos de gestão etc., a quantidade de combinações estratégicas, táticas e operacionais são praticamente infinitas.

Por isso que é tão importante dominar a “ciência”, para poder aplicar a “arte”.  Genericamente, só é possível falar da ciência; a arte só pode ser aplicada caso a caso.

Então, genericamente falando, o primeiro aspecto mais importante na hora de começar um negócio é elaborar o tão famoso – e tão maltratado – plano de negócios.  Digo tão maltratado porque o que mais se vê por aí são planos de negócio que não são planos de negócio. São apenas projeções econômico-financeiras elaboradas sem a devida reflexão, sem o devido processo de ideação. O nome disto é obra de ficção.

E o que envolve a devida reflexão? O primeiro passo no processo de ideação é o pensar no business design, ou seja, em todos os aspectos do novo negócio.

E podemos pensar no business design como um grande ecossistema, que reúne outros subsistemas, todos inter-relacionados e com várias sobreposições, quais sejam: Estratégia Mercadológica, Estratégia Competitiva, Estratégia Organizacional, Estratégia de Marketing e Modelo de Negócios. 

Adicionalmente, é necessário entender como questões políticas, econômicas, regulatórias, legislativas, sociais, tecnológicas etc. impactam o seu business design, e como estas mesmas questões podem vir a impactar seu business design no futuro. 

E atenção: é fundamental, mas fundamental mesmo, ouvir outras pessoas antes, durante e depois da elaboração do plano. Isso porque o viés do empreendedor é otimista e a tendência é ele “fazer funcionar a qualquer custo”. E sabemos que as coisas só funcionam “a qualquer custo” no papel.

Por último, vale lembrar que a sorte é sempre um fator relevante, mesmo com o melhor plano de negócios do mundo. Mas sem o plano de negócios, o empreendedor contará exclusivamente com a sorte. E contar exclusivamente com a sorte é bem mais arriscado. Pode dar certo? Claro. Mas será obra do acaso.

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